sexta-feira, 10 de junho de 2011

Jantar

No início da semana passada recebi um email de uma amiga da minha tia comentando que sua irmã era editora de uma revista de gastronomia, e que ela ficaria feliz em organizar um jantar para que eu pudesse mostrar o meu trabalho. Seria um jantar pequeno, para 6 ou 8 pessoas, com um cardápio que eu poderia escolher.

Marcamos o jantar para a terça-feira passada, dia 07/06.

Passei a semana pensando no cardápio. Não poderia ser nada muito simples, que não mostrasse capacidade, mas também nada muito ousado que pudesse ser muito complicado e aumentasse as chances de algo dar errado.

Um dos pratos já estava praticamente definido: o Risoto de Presunto Parma que eu já mostrei aqui, só que em vez de manga seria acompanhado por figos frescos, e redução de aceto balsâmico. Mandei um email com a sugestão para a cliente, que adorou a ideia.

A sobremesa também era uma escolha fácil: as Trouxinhas de Cream Cheese & Goiabada, acompanhadas de sorvete de creme e uma borbulhante calda de goiaba com tequila. Fácil de fazer na hora e difícil de dar errado.

O primeiro prato demorou um pouco pra sair, mas foi definido no fim-de-semana: Saint Peter com Musseline de Cenoura com Laranja e Mix de Folhas Aromáticas. Leve e saboroso, achei uma boa pedida.

Com o sinal verde da cliente, comecei o pré-preparo.

A primeira coisa que eu faço é uma lista de tudo que eu vou precisar, e definir quando vou fazer o quê. Gosto de fazer o máximo possível de antemão, assim, se algo der errado, eu posso me preocupar em consertar aquilo em vez de ter que ficar picando cebola, por exemplo.

Pois bem, lembram das trouxinhas que eram fáceis de fazer e difíceis de dar errado? Resolvi prepará-las segunda de noite, já que é um pouco trabalhoso montá-las, e a massa usada (harumaki) é muito frágil.

Grande erro.

O harumaki absorveu a umidade do cream cheese, então a parte de baixo das trouxinhas estava muitíssimo frágil, rasgando, soltando, etc. Quando eu as colocasse no forno com certeza tudo iria por água abaixo. Eu tinha pouco mais de meia dúzia de folhas de harumaki e nenhum tempo para ir buscar um pacote novo na única loja de Porto Alegre que as vende, no outro lado da cidade. O que fazer?

Tive a ideia de usar as folhas restantes para fazer pequenos copos que comportassem as trouxinhas que tinham quebrado, deixando as pontas (a parte bonita) para fora, com o cuidado de assá-las antes, para que ficassem douradas e não absorvessem a umidade tão facilmente. O único problema é que eu não teria tempo de fazer isso em casa, teria que fazer já na cozinha da cliente, com uma margem de erro mínima pra não dizer nula.

Definida a solução o problema agora era arrumar um táxi (chovia muito) e voar para o apartamento em plena hora do rush. Para minha grande sorte, ao entrar no táxi minha garrafa de vinho branco filha-única-de-mãe-solteira caiu, explodindo no asfalto. Por sorte a Lila mora a poucas quadras do local do jantar, e tinha meia garrafa de vinho em casa. Salvou meu dia.

Chegando lá, tudo deu certo. A cozinha era dos sonhos, a cliente e suas convidadas muito simpáticas e a Vera, minha auxiliar por um dia, querida e prestativa. Nada mau para meu primeiro evento REALMENTE solo.

Espero que todos tenham realmente gostado. Eu gostei, e espero repetir a dose.

Fotos em breve.

Nenhum comentário:

Postar um comentário